terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vozes na minha cabeça

Vozes na minha cabeça
- Mamãe, por que você chora? Como eu posso te ajudar?
E criança pequena engrandece diante das coisas confusas do mundo dos grandes, que de grande não tem nada. E a voz pequena fica maior do que o barulho do avião, do que o temporal que se anuncia em raios e trovões.
- Deixa mamãe, me deixa segurar a sua mão.
E criança vira gigante. E a tristeza nos deixa por um instante. E a gente sorri. E ri das coisas mais bobas que as pessoas possam nos contar. Porque viver por si só é uma piada. E feliz aquele que ri da própria desgraça. Afinal, nada é de graça. Não estamos aqui de graça. Tudo tem início, meio e fim. E o que parece ser ruim, nem sempre é tão ruim assim. A gente levanta todo dia porque não pode viver com os olhos fechados. Somos uma viagem, um grito diante do mundo, suspiro no universo. E existem tantos Sóis por perto. São pequenos, levados, correm para todos os lados e brincam de ser, milhões de vezes.  
- Olha mamãe, o que eu fiz prá você!
E a vida premia, sem alegorias ou confabulações. É o braço estendido. O abraço apertado, o deitar no colo, o “muito obrigado”, o “valeu por tudo”, o “está lindo”. Viver é lindo. Ninguém melhor do que um filho, um rebento, para deixar o momento ser eterno, a melhor poesia em nosso caderno... O resto é o protesto que se cala diante do sorriso da criança, da menina, do menino. O silêncio é o mais forte dos barulhos. E é o silêncio que eu continuo ouvindo.
- Mamãe, eu amo você.
Isso é tudo...

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