Avós-meninas-bailarinas...
Penso
que as minhas avós, logo que no Céu foram morar, sem muitas delongas e
devaneios, devem ter tratado de perguntar:
"E
os meus? Onde estão? Eu os quero reencontrar..."
E
pegaram nas mãos do tempo que não se mede. E perguntaram sobre o Pai Celestial.
Dimensionaram o que de cima se mostra pequeno, mas é gigante! Surreal! Quiseram
voltar?
E se
bem conheço a avó Virgínia, e o seu cheiro de rosas, sua pele de menina, se bem
a conheço, ela pediu guarida nos braços do Pai. E pediu que a vida
transbordasse e fosse mais. E que, para aqueles que ela orou, para os nomes que
a nossa cultura ensinou, para esses, houvesse a possibilidade dela perguntar
coisas que eu, menino, na barra da sua saia, perguntei, e ela não soube
explicar. Eis aí a questão mais angustiante:
"A
vida termina com a morte ou só se faz aumentar?"
E a avó
Sunta, na reunião de árvores e frutos, no rancho da eternidade, buscou morada
para os dias sem dimensão. E, se bem a conheço, fez da resposta, um sorriso. Da
alegria, perdão! E hasteou, entre as nuvens do infinito, uma bandeira, a
bandeira do Timão. E perguntou, com o desejo mais sublime e vívido
"E
os meus filhos, netos e bisnetos? Como ficarão?"
Eu
escrevo cartas para o infinito. Não espero resposta. Deus me deu mãos sem
juízo. Canetas tortas. É um devaneio tudo isso. Haverei de ir um dia também.
Hoje
o dia está tão bonito.
"Sunta
e Gina, vocês estão bem?"
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