terça-feira, 29 de novembro de 2016

Clarão

Clarão
Verás no meu silêncio
A forma mais manifesta de oração
Na cartela, outrora cheia
Os efeitos da medicação

Verás,
como se de um olho precisasse a alma,
meu corpo em ebulição
Para dar forma à poesia
Onde,
nos  escombros que levas nos ombros
Entendesse minha alegria
Minha contradição

Verás,
mesmo que não queira
O porquê sou dado a esses extremos
Como se viver fosse pequeno
Retrato só e de só nós dois

Verás, não há segredo
E mesmo que não queira
Verás!
No clarão das incertezas
Como se pra ver
Só tivéssemos as sobrancelhas
Os olhos, não!
Que a tristeza é companheira
O limiar da criação

Nenhum comentário:

Postar um comentário