quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Às vezes eu me esqueço


Nem sei bem por onde eu começo
Ando tão urbanóide
Que logo padeço
Tenho mesmo que devanear
Admitir, confessar
Que às vezes eu me esqueço
Sorte que vem você pra me lembrar
Que a gente é momento
Palavras que passam no Livro Terra
Uma leitura que não pode parar

Às vezes eu me esqueço
Hoje eu me pus a lembrar
E chorei
Eu confesso
Porque eu só queria mesmo
É ir te visitar
Mas daí
Eu me lembro
Que você não está
No lugar que sempre eu me acostumei chegar
Tocar a campainha
Pedir um abraço
E começar a conversar

É, vó...
Às vezes eu me esqueço
Que a gente tem mesmo só um endereço
Um mesmo lugar para morar
Vai ver que a gente é como a ideia de uma poesia
A gente vive
No lugar que o outro guardou para a gente morar
Para sempre...

Você mora em mim
Em todo o lugar
Vovó Sunta!




sábado, 17 de fevereiro de 2018

Mãos soltas


Dê-me papel e caneta
E uma porção de planetas
Que hoje eu vou escrever
Escrever todas as letras
E criar, mesmo sem saber!
Quero mesmo é ser cometa
Passar pelo Universo papel
Errante sineta
Tenho alma de menestrel...



Passarinho

Da janela do meu ninho
No meio dessas árvores de concreto
Perco-me, é certo!
Quando vejo um passarinho
Que voa, destemido
Nesse céu que parece um deserto

A gente é chão
Acobertados pelo manto azul
Nas linhas nuvens brancas
Quero voar para lugar nenhum
E como eu não voo, eu escrevo!
E escrever é colocar-se nu