quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Goles de vinho em uma quarta-feira


Goles de vinho em uma quarta-feira
- Menino, vê se toma rumo e bota só as coisas certas para dentro da cabeça!
- Estou com vontade de ir embora. Olha a rua lá fora. Os carros passando, as pessoas andando. Veja! Adiante daquilo que eu imagino. Somos sós, sinos...
- Você está enganado. Não fale isso, é pecado. E Deus pode castigar...
- Que nada! Não tenho medo de experimentar. Fazer diferente e inovar. Quero pular o muro, me sinto seguro. Eu vou tentar...
- Pare com isso. Foi só mais um gole de vinho, não a garrafa inteira.
- Mas a canseira é tão minha e de mais ninguém. O mundo dentro das minhas incertezas. Eu quero ser feliz também...
- Então a dopamina de sua consciência é a poesia, ou será só aparência? Ninguém vive no escuro!
- Eu quero pular o muro, me sujar de tinta... Dar a finta que ninguém imaginou levar... Eu tirei o dia para orar...
- Que cabeça confusa. Pecado e perdão como coisa só... Você chega a me dar dó!
- Ótimo! Logo vem o sentimento de culpa. E depois as desculpas e aquela frase: “onde eu estava? Por que eu não pude te ajudar?”.
- Está bom, está bom... Você consegue mesmo complicar...
- Não sou eu! Olhe a ordem das músicas. Estou queimando em palavras...
- Agora de quem a culpa?
- Minha, sua... Sei lá. Quem erra, se educa. Eu quero mesmo é errar!
- Então não há mais desculpa. É melhor pararmos por aqui! Vamos parar...
- Eu sou casca da fruta. A garrafa de vinho! Abriu, tem que experimentar!

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