Goles
de vinho em uma quarta-feira
- Menino, vê se toma rumo e bota só as
coisas certas para dentro da cabeça!
- Estou com vontade de ir embora. Olha a rua
lá fora. Os carros passando, as pessoas andando. Veja! Adiante daquilo que eu
imagino. Somos sós, sinos...
- Você está enganado. Não fale isso, é
pecado. E Deus pode castigar...
- Que nada! Não tenho medo de experimentar.
Fazer diferente e inovar. Quero pular o muro, me sinto seguro. Eu vou tentar...
- Pare com isso. Foi só mais um gole de
vinho, não a garrafa inteira.
- Mas a canseira é tão minha e de mais
ninguém. O mundo dentro das minhas incertezas. Eu quero ser feliz também...
- Então a dopamina de sua consciência é a
poesia, ou será só aparência? Ninguém vive no escuro!
- Eu quero pular o muro, me sujar de
tinta... Dar a finta que ninguém imaginou levar... Eu tirei o dia para orar...
- Que cabeça confusa. Pecado e perdão como
coisa só... Você chega a me dar dó!
- Ótimo! Logo vem o sentimento de culpa. E
depois as desculpas e aquela frase: “onde eu estava? Por que eu não pude te
ajudar?”.
- Está bom, está bom... Você consegue mesmo
complicar...
- Não sou eu! Olhe a ordem das músicas.
Estou queimando em palavras...
- Agora de quem a culpa?
- Minha, sua... Sei lá. Quem erra, se educa.
Eu quero mesmo é errar!
- Então não há mais desculpa. É melhor
pararmos por aqui! Vamos parar...
- Eu sou casca da fruta. A garrafa de vinho!
Abriu, tem que experimentar!
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