quinta-feira, 30 de julho de 2015

Contingências

Contingências
Sou linha
No céu de papel
Linha que engruvinha
Nas nuvens lá do céu
Sou semente
Na terra dos grafites
Tenho cá minhas ervas daninhas
Quem não as tem
Não existe

Sou manhã solitária
Tarde de divagações
Sou sertões e capoeiras
Subida na ladeira
Sou sem querer ser...

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Cabeça baixa

Cabeça baixa
Renascer das cinzas
Tal qual a fênix que mora em mim
Que mora em todos nós
Desatar idiossincrasias
Nada precisa ser muito para ser demais

Veja bem, não sei se é um comportamento padrão
Sofrer é a trilha dos mortais
A terapeuta aponta a direção
"Encontre espaço
Sempre cabe mais"
E eu fico com o certeza
De que nada precisa ser tão pouco
Ao gosto dos florais

Mas veja bem!
Essa tristeza encontra morada
No silêncio das minhas palavras
No espaço dos papéis
Na palavra trancada
Na secura dos pincéis
Para que a tia Márcia me peça
"Escreva, você é capaz..."

E a cabeça, antes baixa
Já se faz do barulho
Como se viver fosse embrulho
Presente envolto em jornais
Viver é maré baixa
Maré alta
... Amanhã escrevo mais

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Mansuetude

Mansuetude
para o meu amigo Keiji! Ando com você! Sempre!
Olhe lá
Olhe lá!
Nada está tão longe
Que não possa estar!

É logo ali
Os nossos braços estão abertos
Todos estão tão pertos
É só continuar

Eu já escuto o silêncio dos teus passos
Não vivo só de retratos
Deus nos dá os lastros
Para seguirmos rumo à imensidão

Afinal, nada está tão longe
Que não possa chegar
A vida é isso mesmo
Não há contestação

Essa vazante e cheia
Esse trilhar sem previsão
Em um tempo que só o tempo consegue explicar
Só nos restando a compreensão