quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Escrevidor

Escrevidor
O Word sublima
A esposa quer me corrigir
Pô, mas cadê a licença poética?
Que mal existe em confundir?
Em um tempo de “vc”
De carinha alegre para a palavra feliz
Sinto-me mais do que no direito
De pegar
Escrevinhar do meu jeito
E dispois disso tudo
Dizer que não errei
Foi um letrocídio o que eu fiz...
(e existem tantos por aí)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Cachos-poesia

Cachos-poesia
Se eu tivesse mais cabelo
Juro que iria deixar crescer
Cachear inteiro
E sair por aí
Com eles ao vento
Sem querer pentes
Nem em pensamento
Porque a vida não penteia
Ela faz apenas crescer
E quem desataria os nós da minha cabeleira
Seriam as mãos do meu bem querer

Se eu tivesse mais cabelo
Deixaria-o balancear
Cair no atabaque dos dias
E faria poesias
Para cada cachinho formado
E escorregaria pelas percussões do acaso
Acaso cacheado

Mas logo me dou conta
Que o tempo anda levando
Os cachos que outrora possuía
E nos lugar de cachos vastos
Vem a calvície
Que sem dó e nem piedade se anuncia
E nos espaços vagos da minha cabeça
Logo coloco outros cachos
Cachos-poesia
Porque posso andar descabelado
Mas jamais com a cabeça vazia!




quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ag

Ag
Aumente o volume
Vou fazer silêncio para você ouvir
Há mais do que você pensa nisso tudo
Mais do que você consegue sentir

É que a coisa toda é tão confusa
A gente não prevê o dia que virá
Viver é um sortilégio de novas ruas e calçadas
Há tantas casas para morar

Então, aumente o volume
Saia dessa maldita sala de estar
Deus não faz conosco curtumes
É só uma questão de sair do lugar









Imagem extraída do sítio http://caminhopoetico.blog.com/2011/09/21/educacao-reflexo-no-espelho/

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Bolo que vem

Bolo que vem
E se tiver que desenhar na parede
E matar a sede
E viver um pouco mais?

E se tiver que pedir desculpas
Assumir a culpa
E amar um pouco mais?

Quem dera fosse tudo tão certo e correlato
Que dividíssemos do mesmo prato
Amássemos sem ter medo...

Por certo
Haveria mais desenhos
Mais rios para gente brincar
Meninos desde sempre
Desculpas sem culpas para justificar
E do olhar se faria a fruta
Da primavera que não quer acabar
Viver seria a melhor das desculpas
Para gente sempre
Sempre (se) amar!