domingo, 21 de abril de 2013

Braços abertos


Braços abertos
No aperto dos seus lábios
Que molham os meus
No risco lindo dos teus traços
Quando sou mais eu
Eu abro os meus braços
Em um abraço cheio de amor e carinho
E vejo os laços que construímos
Envolverem os nossos caminhos
É lindo
Divino!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Aurora


Aurora
Nuvens que flutuam
É chegada a hora
Os pássaros se levantam
No riscar da aurora
De um laranja que azula
E leva a escuridão embora
As folhas se curvam
E se diz agora
“Bom dia!”

Lápis-Juliana


Lápis-Juliana
Você vestiu um casaco de estrelas
E pendurou cometas nas lunetas
Dos insensatos e egoístas
Você manchou a camisa
Com a fruta que mais gosta de comer
Você me fez artista
Você me fez crescer

Você andou entre os desiguais
E sem medo do mal
Conjugou todos os verbos pronominais
Na primeira pessoa do plural
E deu as pistas
Para me fazer igual
A tudo de bom que existe em você

Você me faz escrever...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Nossos cabelos


Nossos cabelos
As tranças da Antônia
Os dentes do pente
A dançar pelos teus cabelos
A sua franja
E o novo corte
Que você fica
A admirar no espelho
Somos o emaranhado dos fios
Dos cabelos dos nossos pais
O encontro do amor
A plena expressão de Deus
Neste mundo de mortais

terça-feira, 16 de abril de 2013

Perguntas


Perguntas
Já me perguntaram
Tantas vezes
Que eu não esqueço
“Pedro, para que tantos adereços?”

“Esses brincos na orelha?
Vez ou outra carregando um terço...”
Eu desconheço
Motivo para andar com a barba assim
Eu sou um amontoado de complexos
E percebo que não carrego nada em mim

E daí o moço questiona
“E o chapéu? Por que você anda assim?”
E eu me desconheço
Quando o chapéu, os brincos
E até mesmo o terço
Não estão em mim...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Calendário


Calendário
O dia em que você faz aniversário
O dia em que papai Noel chegou
O primeiro e o último dia do calendário
E o dia que não acabou
Somos segundas a domingos
Poesias de uma existência ampulheta
E como gotas de molho na camiseta
Há de chegar o dia
Onde a gente diz:
“Terminou”!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A palavra


A palavra
A palavra é desalinho
E eu sou o menino
A tê-la em minhas mãos
No exercício divino da criação

A palavra é ser vivo
Fisiologia da expressão
A ideia em um formato único
Ou diverso
Dependendo da ocasião

E eu sou o menino
A escrever em minhas mãos
Coisas do mundo
E coisas que têm lá no céu
Ou que moram no chão

terça-feira, 9 de abril de 2013

Gripe poética


Gripe poética
Primeiro é um espirro
E a vontade de voar
E é tão incontido
Que não dá para frear
E o papel fica meu amigo
E eu me pergunto
“Como esses versos
tomaram conta do lugar?”

sábado, 6 de abril de 2013

Por entre as prateleiras da sala


Por entre as prateleiras da sala

Hoje eu entendo
Os jornais na minha casa
Os livros que meu pai comprou
A necessidade em saber
Quem foi Fernão Capelo Gaivota
E todos os discos
Que meu pai colocou
Na vitrola da sala
Em um domingo de Gil,
Caetano e Gal

Hoje eu entendo
Os dicionários na minha casa
As prateleiras com livros e enciclopédias
E as singelas formas
Das letras de um poema de Neruda
E não tenho dúvidas
Do quanto isso me formou
Sou os títulos dos livros da minha casa
Tentando ler
E escrever melhor
O livro da vida
Que meu pai me entregou

Único


Único
Ser lindo
Vivo
Querer ser mais
E sempre mais
Mais vívido
Para poder escutar
E abrir os braços
Quando você chegar
E achar o infinito
Em cada dia que raiar
E ser lindo
E infindo
Como a música
Que você mais gosta de escutar