quarta-feira, 27 de abril de 2016

Escrevendo no céu

Escrevendo no céu
É de dentro de mim que sai
Uma vontade de não ser só eu
Ser mais
O pássaro que voa
As asas da borboleta
Entender a mortalidade como uma coisa boa
E que a vida é trem que chega
E vai
E a gente desembarca
Uma vontade de não ser só assim
Ser muito mais
Num corpo gaiola
As palavras são as penas que dançam
E me permitem ser mais

sexta-feira, 1 de abril de 2016

O CÉU DA SUNTA

O CÉU DA SUNTA
Não acabam as perguntas
Eu quero entender um pouco mais
Vovó Sunta, onde você foi morar?
A vó Virgínia também está?

Não se separam as nuvens
Em um chão algodão doce
Anjinhos de sorte
Que as têm
Sem ter o tempo para separar

Então, eu junto argumentos
E começo mesmo a me indagar
Olho para o céu
Para os quatros cantos
E começo a me perguntar
Vovó Sunta, onde você está?

E, quase como um relampejo
A ideia que constrói a rima
A luz que emerge da penumbra
O toque que faz a obra-prima
Percebo um erro na pergunta
Coisa pequena,
mas que tudo muda
E deixa tudo no seu lugar

Eu passo a perguntar para os anjinhos
Os grandes e pequeninos
Afinal, vovó Sunta
Onde você não está?










...

(hoje eu a vi no silêncio do meu olhar. E foi tão vivo que eu comecei a chorar)