terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Sobre a guia

Sobre a guia
Eu canto com os pulmões do mundo
Eu desenho para pertencer
Eu vejo além do quarto escuro
Eu quero esquecer

Eu navego no seu vestido de veludo
Não sei o que vai ser
Eu sou o prelúdio
Do amanhã que vai nascer

Sou eu
E tantos outros assim
Sou tão pequeno
Que não caibo dentro de mim

Fato

Fato
Olhe vó Sunta
Onde foi que eu cheguei
Lugar nenhum
Você sabe bem

Olhe, vó Virgínia
São tempos desiguais
Sobram perguntas
Desfilam ideais

Olhe, amigos
Sou um perigo
A caixa de comprimido
...
Vou morrer cedo demais

Letter dolor!

Letter dolor!
Sê vagalume
Em um lugar lúgubre
Minha cabeça é floresta velha
E os monstros moram nela

Habite o estrume
Para que ninguém espere mais de você
Grite e zumbe
Que mal pode haver?

É tempo dos betumes
Das cores carregadas de não ser
Eu morro no silêncio das minhas palavras
Amanhã vou renascer

domingo, 17 de janeiro de 2016

Maldade

Maldade
A maldade anda calada
De costas arqueadas
Usando o bastão da consciência
Para enclausurar gavetas
Que guardam projetos e anseios pueris

A maldade se veste de feliz
Se diz menina moça
E que o desentendimento é parte da equação
A maldade trata o hoje como o último dos prelúdios
E tem a ideia de que o amanhã não é mais tempo
Nem continuação

Por isso, a maldade não vê princípio
Nem se faz de rogada
Não precisa de advogado
Não usa o certo e o errado

A maldade é o cabo
Que segura as pernas
É a ausência da piada
A vida desgraçada
Faz tudo ser nada