sábado, 27 de outubro de 2012

No aeroporto

No aeroporto
Fael, haverá um dia em que saberei escrever as minhas melhores aventuras com você!
Então, publicarei um livro. 

A bola está murcha. Quem vai encher dessa vez? É como se não tivesse mais ninguém na rua. É como se fosse a última, mesmo sendo a primeira vez. Olhe, não quero ver você assim. Sorria, sorria para mim. Meus braços estão aqui. Dê-me um abraço antes de partir. Feche esse livro, me conte do seu novo trabalho. Sou o seu amigo. E sei que algo está errado.
Não quero falar. É meu e de mais ninguém. É franco, sem simulações. Ficou difícil esconder de alguém. Quero uma turma de amigos, uma companheira para namorar. Quero sair também dos trilhos. Ser jovem antes de me cansar.
É claro que tudo será resolvido. Logo, logo. Você verá. Os temporais terminam, alvoradas irão chegar. Troque de lugar comigo. Eu quero dividir o seu mal estar.
É impossível. Está comigo. E tem coisas que nem a mãe da gente consegue solucionar.
Então, abra um sorriso. Logo, logo o avião vai decolar. Vamos encher a bola juntos. Vamos jogar.
Não quero. Prefiro ficar mudo. O silêncio e a consciência são irmãos do desconforto da alma?
Não mastiga a sua culpa. Se é que ela existe, vamos compartilhar. 
  Melhor partir para outra pergunta. Os meus olhos estão mais envelhecidos. A última foto só fez revelar.
Hoje eu chorei de culpa. Como eu posso te ajudar? Troca de lugar comigo. Eu quero aprender a andar com as suas pernas. E tropeçarei nas minhas desculpas, nesse orgulho que eu adoro carregar. E depois que tudo ficar água limpa, saberei como te ajudar.
Tchau, agora eu vou viajar.  

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