terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Hora apropriada para desenhos e cochilos


Hora apropriada para desenhos e cochilos
- Que alarido é esse? Um chiado que não passa e incomoda. Moda fora de contexto, onde não há um sujeito, uma série de verbos ocultos e divagações fora de hora. Que alarido é esse? O parágrafo passado repetido na frase presente. Quanta confusão. Está me atacando uma dor de dente.
- Levante a sua cabeça. Tem gente que gosta. Fazer o quê? Eu mesmo estou confuso, não compreendo. Nem sei o que dizer. Será que tem alguém que possa me explicar ou ficarei com essa cara de “o quê”? “Por quê?”
- Ninguém está disposto a escutar. E escutar é princípio básico para entender. Imagine a confusão que irá se formar... Eu mesmo estou com medo de me perder. 
- Vai estar disponível, vai estar. É só você ir lá, pegar e reler. Agora por que está voz embargada? Tem alguma coisa que você quer me dizer?
- É esse alarido, essa algazarra. Um chiado que faz a cabeça doer. São tantas demagogias e bravatas. O estômago chega a se contorcer. Sabe o que é isso? Você vai dar risada, mas eu vou dizer. É cabeça que pensa que pode ser...
- Ser o quê?
- Maior do que o próprio texto, senhora de todo o contexto, quando na verdade é planta que não germina, casa sem endereço.
- É, é complicado mesmo. Mas isso é a vida. Um texto confuso, cheio de pleonasmos, aliterações, hipérboles, ir e retroceder. A podridão do que está fresco, um cheiro azedo, um ranço que não quer recrudescer. O lado de fora é meu endereço. Deixo o alarido aqui. E só assim eu consigo respirar. Consigo sobreviver. 

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