Finais
de dia
E então fez Sol o dia todo.
E pudemos brincar. E brincar de novo. E não tinha hora para acabar, em um
continuar tão gostoso como ir ver o primo, passar o dia na casa da tia. E logo
do lado estava a casa da avó, com suco na geladeira. E depois a mãe da gente
vinha buscar. E em casa a gente colocava o colchão na sala, escalava, subia até
a última estante da prateleira. E do alto a gente pulava. Pulava tanto que
chegava a dar canseira. E a fumaça entrava pela sala, no esforço quase poético
do nosso pai, querendo acender o fogão a lenha.
E então sobrava tempo para
descer as escadas com a caixa de papelão, onde veio a geladeira. E depois
subíamos no pé de goiaba. E torcíamos para não haver mais segunda-feira. De preferência,
nenhuma feira. Só sábado e domingo. E o infinito de dias de brincadeiras. E logo
chegava a canseira. E a festa virava sono pesado, onde o último palco era o
quarto. No ensaio onde crescer era tempo distante. Hoje materializado pela tinta
desta caneta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário