quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Meus desenhos na parede

      Meus desenhos na parede
    Pego a minha caneta, uma velha que eu tenho, vejo o branco da parede e começo um desenho. Mania doida ou precaução? …o espaço vazio é perigoso… lembra a solidão. 
   Meus desenhos são desconexos, não reportam ideologias, fragmentos, todos septos, coisas do meu dia. Então desenho e escrevo… Depois largo a caneta… A parede, antes vazia, agora se completa na complexa lógica festeira, de rascunhos ou retratos, desenho céus e rostos… A moça que me viu, o trem que já passou… As paredes preenchidas… E eu fico parte dela.
     O engraçado é pensar que o desenho que eu fiz não obedece a uma moldura e nem métrica artística. Está lá e já faz parte, como a porta e o relógio. Como a luz do sol que bate na parede do meu quarto, o desenho se esquece… Adaptação na fria cal das paredes, o retrato ou rascunho, todo dia, nada mais cabe… vou pintar a parede.

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