sábado, 14 de janeiro de 2017

Sobre escrever

Sobre escrever
Nasce menino
Menino capaz
De olhos retintos
Nasce uma vez mais

Nasce menina
De saias e fitas
No bordado das delícias
E nasce uma vez mais

O tempo acredita
Que é tempo demais
A imortalidade beatifica
Errar uma vez mais

Nasce
Porque nascer é morrer
Uma vez mais
Nasce do ventre do Pai
Nasce dos anseios dos mortais

Eu morri em mim
Tantas vezes quanto nasci
Nos devaneios da poesia
Nasci como refrão
No desespero de morrer
Como rima
Uma vez mais

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