Pagotto Malos(s)o Villioti
Ramos
O
tempo nos faz seco
Papéis
carbonizados
A
se despedaçar pelos cliques do relógio
Em
um compasso desajeito
Quiçá
indelicado
Nos
leva quem chegou hoje, antes ou depois
E
nos distancia por caminhos e vielas
Faz
a vida ficar magrela
Se
não tiver a mão a enroscar na nossa
O
dedo de prosa a desatar fivelas
O
tempo faz troça
E
faz a gente querer voltar a se sujar
Sem
culpa
Sem
pedir desculpas
E
mostra que não está para retrucar
Faz
o que deve ser feito
E
disso se satisfaz
Eu
tenho medo
Não
vou mentir
Não
das rugas e nem das verrugas
Mas
de não perceber
Que
eu preciso ter o tempo
Para
me sentar
Que
seja todas as tardes
E
escrever
Sobre
as pessoas na minha vida
As
coisas que vejo da janela
O
abraço do amigo
A
arte de preencher panelas
Encontrar
o tempo
Para
me molhar de amor
Regar
de esperança os meus olhos
Ser
mais simplório
Talvez
menos incapaz
E
dizer
Olhando,
no fundo dos seus olhos!
Que
existem imensidões maiores que a do tempo
Gigantes
universais
A
esses
Nem
mesmo o tempo será capaz de apagar
Nem
mesmo ele!
Nem
que se faça vento
Nem
que seja tempo demais
Esses
gigantes
Que o homem aprendeu
a chamar de pais
Nenhum comentário:
Postar um comentário