quarta-feira, 29 de abril de 2015

Eu e tantos outros

Eu e tantos outros
Com os pincéis do improviso
Eu risquei céu colorido
Coloquei algo a mais no seu porta-retratos
Fiz a mistura do prato
Porque é quando a gente cria
Que a gente vira a gente
De fato!

Com as canetas da inconsequência
Mergulhei o elefante
Fiz voar o tubarão
Enchi de fé o descrente
E ironizei o perdão
Porque eu só me sinto meu
Quando me vejo ali
Esparramado em folhas pelo chão

E com os papéis da conversa
Lancei-me para além do tempo
Além de mim
Freei a pressa
Dei ao não a beleza da resposta
Que muitas vezes só cabe ao sim
Porque os outros são o eu que não está em nós
O eu que estará em nós
Mesmo depois do nosso fim

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