Morada do poeta
Eu
fiz a minha casinha num sopé
Na
barranca do rio
E
veio o barqueiro
Levou
E
deixou um vazio
Fez
moda
Tocou
e disse que era dele
E
que caboclo nenhum
Pode
reclamar
Porque
as palavras são como peixinhos
E
a gente é a corredeira
Que
segue o rumo
E
só faz recitar
Então
me fiz de rogado
Guardei
a vara e o puçá
Mas
quem escreve
Encharca
os pés no alagado
Nada
em rios bravios e calmos
Vive
a reconstruir
Muitas
casinhas na barranca
Nas
curvas de um rio
Nas
muitas corredeiras
E percebe que difícil mesmo
É padecer vazio...
Nenhum comentário:
Postar um comentário