terça-feira, 3 de abril de 2018

Por isso, passarinho!


Vivo onde o petróleo queima
Onde é mais difícil escrever um poema
Onde o dilema se dá depois que a chuva cai
"A gente sai ou não sai?"
Por isso, passarinho!

Vivo nessa confusa confluência
De pessoas que estão sem estar
Uma ingrata dependência
Que me permite adorar reclamar
E por isso, eu passarinho!

Chego a me tomar como um ermitão
Que de pijama se queixa
Quando, após o estrondo,
Vem o apagão
E por isso tudo, eu passarinho!

E já quase arrependido
Decíduo lápis em minhas mãos
No meio de carros e edifícios
Antenas de rádio e televisão
Avisto e sorrio
Passarinho
Por isso, passarinho
Arranco-me do chão




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