sexta-feira, 23 de junho de 2017

Nós para gente

Nós para gente
Não escreverás carta alguma
Nem se lembrará de quais são os números
Nada que possa indicar,
mesmo que por um segundo
O desenho das suas mãos

Não são juras
Não é isso!
É que, desnaturado e absoluto,
Olvidaras o que é o perdão

De cá e de lá
Tanto quanto mudo
E, se muito foi,
Pouco terá sobrado, então
Como a espécie de um fio curto
Que liga nada
A nenhuma estação

Do que serves,
pobre reduto
Reduzido até o chão?
Deduzo eu que, na vida,
A gente é risco curto
Como para a frase do mundo
Um travessão...

Nenhum comentário:

Postar um comentário