segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Sem trancas ou fechaduras

Sem trancas ou fechaduras 
Começo a sarar quando escrevo. Mesmo que eu não tenha papéis, os verbos dão conta dos meus medos. E segredos. E, se antes eu trancava a porta do quarto, hoje não escapo de destrancar as agruras no papel.
Sou hoje alforriado. Centavos e favores não me prendem mais. Os meus queridos são queridos mesmo. Porque há que se respirar amor para transcender o que é dos mortais. A dor, a descrença. O desejo de não ser. A vontade de desistir. Não me repreenda pelos meus queridos. Não me repreenda por querer existir.
Esse sou eu. Agora, o dedo em riste não resiste. Sou muito maior do que sua mão. Não traio, não escondo meus medos. A porta está aberta, então.
E recorro, tão logo eu corro para ter meus versos e verbos. E reverbero, usando das minhas colocações... Escrever é libertário.
Agora... Me rasgue. E jogue ao chão!
Não presto mais.

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