sábado, 14 de maio de 2016

Fazia

Fazia
Deveria ter feito
Mas não fiz
Se faria diferente
Agora eu fazia
Pelo simples fato
De que não há mais tempo  
Para ser mais feliz

Verbo em um futuro do pretérito
É como o decreto
A lápide!
A pedra fria sobre um caixão
Se mata o futuro
Quando o presente é repleto de dúvidas
E nenhuma exclamação!

sábado, 7 de maio de 2016

Transbordo

Transbordo
Do rio que sobe e toma a margem
Da margem que vira aguadeiro
Que só faz descer lá pra fevereiro
Do cheiro inteiro
Da vida em você
Eu sou peixe nas curvas do seu corpo
Me afogo sem perceber
É que o rio virou lagoa
E eu fui morar na matas do prazer

domingo, 1 de maio de 2016

O vasilhame da palavra

O vasilhame da palavra
Cabelo loiro
Cabelo trançado
Trança da cor do fogo
E eu, despenteado

Olhos furta-cor
Azul do céu sagrado
Verde como o mar
E eu com os olhos fechados

Poesia é assim
Quando se define
A poesia vai
E grita
"definir comprime!"

Gaiola aberta

Gaiola aberta
Sonhei com meu pai
Soltando um pássaro que eu havia prendido
E pensei, logo depois de ter acordado
Que eu não era eu
Não fazia nenhum sentido!
                    
Mas o pai,
o pai era o mesmo
Meu pai, meu amigo
E acabei por entender
Que mesmo nos devaneios da cabeça no travesseiro
Meu pai estará lá
Olhando e me corrigindo!

Para que assim eu não perca
A sutileza desse mundo colorido
Afinal, se for para ver
Que seja voando
Livre, livre
Lindo...