quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Ceifeiro

Ceifeiro
O homem é o vaso da palavra
Não apenas quem ouve
Mas também quem fala
Porque a palavra é rara
Se tomada em seu silêncio

Seja porque as vezes falamos para o mundo
Seja porque as vezes falamos para dentro
No silêncio da folha quarto
Antes da cabeça ter seu parto
A palavra germina
Não precisa ter rima
Se adubada com vigor

Eu sou agricultor desse campo a perder de vista
O exercício da escrita
Me faz sair de mim
Ser vaso de tantos outros
Na sutileza de ser assim...

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