sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Quando o meu irmão chegou em casa


Quando o meu irmão chegou em casa
Era manhã de um mês de outubro ou novembro, com céu azul e cheiro de esperança. E uma criança, enrolada nas cobertas e cercada de amor, veio brincar conosco. Era o despertar da infância, transportada na segurança dos braços e abraços, vigiada pelos olhos claros da minha mãe.
E a porta da Belina se abriu. E eu cheguei para olhar. E a criança já existia em minha casa, muito antes de estar. E se chama Rafael, e era a parte que faltava, o irmão mais novo que chegava, alguém com quem eu poderia me sentar. E minha irmã também aguardava, carregando a Júlia nos abraços. E os abraços eram tantos que se tornou impossível contar. E reuniu outros traços, o gostoso exercício de recomeçar. Seja para Paulo, para Luis ou para Lúcia, Rafael fez com que conseguíssemos perceber, sem nada nos cobrar, como existir é infinito e lindo. Tão amplo e grande que nem a porta de uma Belina dá conta de segurar.  

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